Vinci quer captar até R$ 330 milhões para fundo de impacto via XP

Nova oferta tem tíquete mínimo de R$ 50 mil, ampliando público antes concentrado apenas em investidores profissionais

Vinci quer captar até R$ 330 milhões para fundo de impacto via XP
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A Vinci Partners abriu a captação de seu fundo de impacto para o público de varejo — ainda concentrado na alta renda. 

Inicialmente restrita apenas a investidores profissionais, a gestora lançou uma oferta específica voltada para investidores qualificados — aqueles com pelo menos R$ 1 milhão investidos —, com tíquete mínimo de R$ 50 mil. 

De acordo com informações do prospecto registrado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a pretensão é de captar até R$ 330 milhões com novo veículo, gerido e distribuído pela XP. 

A gestora não quis comentar por estar em período de silêncio, mas o prospecto dá mais detalhes sobre a estratégia de atuação pretendida pela Vinci com o novo fundo. 

A ideia é investir em empresas com faturamento bruto anual entre R$ 50 milhões e R$ 400 milhões, com participações que devem chegar entre 20% e 45% em cada companhia, e que tenham “impacto ambiental, social e de governança”. 

Pelo menos 35% do capital deve ser voltado para o Nordeste, ou mais especificamente, a área de atuação da Sudene, que abrange Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, além de parte dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. 

O fundo vai buscar oportunidades de investimento principalmente nos setores de saúde, educação, varejo especializado, “serviços de valor agregado nos quais a tecnologia seja um pilar chave”, tecnologia de informação e alimentação saudável. 

No prospecto do veículo para varejo e no regulamento do fundo principal não há menção a como será feita a gestão e o monitoramento do impacto. 

O ‘Vinci Impacto e Retorno’ nasceu a partir de uma chamada pública do BNDES conduzida em 2018 para selecionar gestores. A gestora resolveu oferecer um produto diferente, usando a experiência acumulada no desenvolvimento de políticas ESG e na gestão de dois fundos de investimento em empresas no Nordeste. 

O banco estatal gostou da ideia e se comprometeu a aportar até R$ 150 milhões no fundo.

No mês passado, o BID Invest, braço do Banco Interamericano de Desenvolvimento, também aprovou o investimento de US$ 10 milhões no fundo. 

De acordo com o site do BID, o fundo da Vinci espera fazer investimentos em aproximadamente 9 a 11 empresas, com tíquetes entre US$ 10 milhões a US$ 25 milhões e a estratégia de impacto do veículo consiste em “investir em regiões menos desenvolvidas do Brasil, onde o acesso a capital e know-how é limitado” e “focar em companhias nas quais há um impacto claro atrelado ao modelo de negócio”. 

(Crédito da foto: Jordan McDonald/Unsplash)

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