Rumo anuncia captação externa com compromisso de redução de CO2

Das cinco operações internacionais que vieram a mercado desde o começo da semana passada, quatro têm critérios de sustentabilidade

Rumo anuncia captação externa com compromisso de redução de CO2
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A Rumo está vindo a mercado com uma emissão externa de dívida atrelada a metas de sustentabilidade (SLB, na sigla em inglês). 

Das cinco captações internacionais de empresas brasileiras anunciadas desde o começo da semana passada, quando foi reaberta a janela de captações, quatro delas envolvem SLBs: Movida, Suzano, B3 e agora a operadora de ferrovias do grupo Cosan.

A única que saiu sem critérios atrelados à sustentabilidade foi a do Banco do Brasil, que também lançou hoje sua operação. 

Na captação recém-anunciada, a Rumo se compromete a reduzir a intensidade de emissões de carbono de escopo 1 e 2 — que envolvem suas operações diretas e o uso de energia — em 17,6% até dezembro de 2026 (em relação a 2020). Se não cumprir a meta, os juros sobem. No caso de operadoras logísticas, as emissões diretas de gases de efeito-estufa são relevantes e respondem pela maior parte da pegada de carbono deixada pela atividade.

A companhia já tem uma meta pública de longo prazo de reduzir suas emissões em 21,6% até 2030. Todos os números envolvem a emissão por toneladas por quilômetro útil. 

O prazo da dívida deve ficar entre sete e dez anos. A empresa deve definir o preço da operação amanhã, após reuniões com investidores.

O parecer de segunda opinião — que avalia a robustez das metas sustentáveis — é da Sustainalytics. 

“A Sustainalytics considera que as metas são ambiciosas na medida em que estão alinhadas com a performance histórica da intensidade de emissões da Rumo, as metas de descarbonização de seus pares e um cenário de aquecimento de 2 graus”, disse a agência no documento.

Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander são os coordenadores globais, num sindicato que inclui ainda Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, Goldman Sachs, JP Morgan, UBS e XP.

Em maio, a Rumo já tinha captado R$ 1,5 bilhão em debêntures de seis e dez anos com juros atrelados a metas de redução de carbono numa operação que foi quase integralmente encarteirada pelo Itaú e que contou com participação da gestora de fundos do banco. 

Na ocasião, a meta era reduzir a intensidade de emissões de gases de efeito-estufa em 15% até 2023, antecipando o número antes previsto apenas para 2025.