Radar Reset: O novo foco ESG dos investidores nas mineradoras e outras leituras

O manifesto pró-stakeholder dos democratas nos EUA; O custo da mudança climática na África; ESG 'non-nonsense'; Novos benchmarks para medir impacto; Mantiqueira solta o frango; e mais

Radar Reset: O novo foco ESG dos investidores nas mineradoras e outras leituras
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Das barragens aos povos indígenas

A mesma coalizão global de investidores que pressionou as mineradoras para a criação de um padrão mundial de segurança em barragens depois do desastre de Brumadinho, da Vale, agora mira a relação das companhias de mineração com os povos indígenas que habitam áreas de exploração. O grupo, que gere US$ 14 tri e inclui nomes como a americana Fidelity , circulou ontem uma carta entre as principais mineradoras do mundo, incluindo a Vale, demandando respeito aos direitos desses povos no curso de suas operações, a chamada “licença social”, relata o The Sydney Morning Herald

O manifesto pró-stakeholder dos democratas

Às vésperas da eleição americana que tem Joe Biden à frente nas pesquisas, quatro senadores democratas — Tammy Tom Carper, Mark Warner e Elizabeth Warren — se juntaram num grupo de trabalho para ‘reformar fundamentalmente o capitalismo’, reporta o DealBook, do NYT. “Pressões financeiras de curto prazo normalmente empurram as corporações a negligenciar investimentos de longo prazo, ignorar as ameaças da mudança climática e concentrar oportunidades de formas que excluem muitas de nossas comunidades”, escreveram num manifesto. O movimento sinaliza um avanço do partido para pressionar as empresas a mudar o foco exclusivo no acionista.

África, 50 graus

Enquanto as nações desenvolvidas apenas começam a fixar metas de descarbonização de suas economias, os países africanos já estão gastando entre 2% e 9% do seu PIB em medidas de adaptação e mitigação do clima, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. O continente africano está aquecendo rapidamente e as mudanças climáticas devem afetar desproporcionalmente todos os aspectos da vida, desde a saúde humana até a segurança alimentar e o crescimento econômico.

ESG ‘non-nonsense’

A gestora holandesa Robeco, que faz a gestão de US$ 183 bilhões em fundos, colocou 232 produtoras de combustíveis fósseis em sua lista de exclusão, elevando para 350 o número de empresas banidas de seus portfólios. Numa indústria geralmente pouco transparente, a gestora se destaca pela consistência de seus critérios de investimento sustentável e por constantemente subir a barra, escreve a Bloomberg.

Ferramentas para medir impacto

O Global Impact Investing Network avançou mais uma casa na missão de criar parâmetros de medição de impacto para investidores. O GIIN acaba de lançar ‘Understanding Impact Performance’ para as áreas de agricultura e inclusão financeira. O trabalho se soma a outro do ano passado voltado para os setores de energia limpa e habitação.

Soltando o frango

Maior produtora de ovos do país, a Fazenda Mantiqueira investirá cerca de R$ 100 milhões para construir duas novas granjas livres de gaiolas, em Lorena (SP) e Campanha (MG). A empresa se comprometeu a não criar mais as aves sob o modelo de galinhas engaioladas, um sistema de produção tradicional que vem se tornando obsoleto com a pressão de entidades e empresas pelo bem-estar dos animais. O investimento contou com um financiamento de R$ 50 milhões do Itaú BBA, cujos juros são atrelados a métricas de sustentabilidade.

Outras leituras

  • Governadores fazem aliança de combate à crise do clima (Valor)
  • O que conta como discriminação racial? Um processo contra o JPMorgan é um teste (NYT)
  • A jogada dos fundos hedge para manter em segredo seus investimentos em ações chega ao fim (Bloomberg)
  • Mercado debate critérios de pontuação de fundos ESG (Infomoney)
  • Goldman pagará US $ 3 bilhões e retirará a remuneração de executivos em escândalo de corrupção na Malásia (Reuters)