XP avança em diversidade e inclusão dentro e fora da companhia

Para o grupo, investir em formação de qualidade é a maneira de garantir inclusão e combater diferenças e preconceitos

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XP avança em diversidade e inclusão dentro e fora da companhia
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Quando entrou na faculdade, aos 17 anos, a baiana Andreia Costa, 32, chegou a cursar alguns períodos de Estatística, área em que sonhava construir sua carreira – mas a realidade do mercado logo fez com que ela decidisse migrar para uma graduação em Ciências Contábeis.

“Em 2010, havia pouquíssimo espaço para mulheres em dados e tecnologia. Eu era mulher, negra e nordestina de Salvador, portanto, vivendo longe do eixo Sul-Sudeste. Preferi apostar em algo onde encontraria trabalho”, conta.

Foi apenas uma década mais tarde, no início de 2020, ao ter novamente contato com matérias de estatística durante seu Mestrado em Ciências Contábeis, que Costa decidiu retomar seu antigo desejo de trabalhar com dados, desta vez, especialmente na área de tecnologia.

“Eu sabia que não seria fácil, porque não tinha experiência e teria de recomeçar do zero, mas mergulhei nos estudos.” Hoje, ela atua como Business Analyst na XP Inc.

A história de Costa é inspiração para muitas brasileiras. De acordo com IBGE, existem 49 milhões de mulheres negras com idade para trabalhar, mas apenas metade delas (51%) está inserida no mercado corporativo.

Um outro levantamento, realizado pela Catho e divulgado em março deste ano, apontou que mulheres ocupam apenas 23,6% dos postos na área de tecnologia no país.

Para contribuir com a transformação dessa realidade, a XP Inc. assumiu, em julho de 2020, um compromisso público de atingir, até 2025, a equidade de gênero em todos os níveis hierárquicos da empresa. Ou seja, alcançar 50% de mulheres em seu quadro total. 

“Não foi um sonho grande sem planejamento. Foi tudo muito bem pensado e desenhado, para tornar realmente possível uma transformação e influenciar toda a sociedade”, explica Luiza Ribeiro, Head de Gente da XP Inc.

O compromisso de gênero foi estendido para um compromisso mais amplo de diversidade. A XP pretende, daqui a três anos, ter 32% de pessoas negras compondo seu quadro de funcionários – 23% delas em cargos de liderança.

Quer também superar os 5% exigidos por lei de contratação de pessoas com deficiência e construir um espaço seguro para o público LGBTQIA+.

O compromisso prevê um investimento de R$ 35 milhões até 2025 – majoritariamente em programas de formação com foco no mercado financeiro e de tecnologia – e impacto sobre 500 mil pessoas. 

A meio do caminho deste prazo, os resultados já começam a aparecer. As mulheres hoje representam 34% na XP Inc. – em 2020 eram 22%. Em janeiro de 2021, representavam 12% em cargos de liderança, hoje são 28%.

Cerca de 20% dos profissionais da empresa se autodeclaram pretos e pardos. Havia pessoas negras em 8% dos cargos de liderança, hoje são 12%.

A jornada para uma transformação perene exige ações estruturantes. “Não focamos apenas na mudança dos números. Para termos mais diversidade, entendemos que é fundamental formar mais pessoas diversas”, reforça Ribeiro.

“Fizemos alguns estudos para identificar as barreiras que impedem a inclusão de profissionais diversos no mercado de trabalho, especialmente em dados e tecnologia, e um dos principais obstáculos é a formação de qualidade”, corrobora Ana K Melo, Head de Diversidade e Inclusão da XP Inc.

Para desatar esse nó, a empresa lidera ações exclusivas no mercado financeiro, firmou parcerias com escolas de tecnologia e startups, apoiando programas de formação específicos para as duas áreas com olhar afirmativo em diversidade. “A transformação precisa ser construída em rede”, explica Ribeiro.

Foi graças a um desses programas que, em novembro do ano passado, apenas um ano após migrar seus estudos e carreira para dados e tecnologia, Andreia Costa foi efetivada como Business Analyst da XP Inc.

“Eu fui selecionada para uma formação de BAs da empresa. Ela teria duração de seis meses e não exigia qualquer experiência anterior na área”, conta a analista.

As vagas eram de anywhere office, o que permite que ela siga trabalhando de Salvador, ou de qualquer lugar onde decida estar.

“Aprendi muito durante todo o programa. Tive um mentor me acompanhando de perto, tanto no desenvolvimento técnico quanto no de carreira.”

Liderança e colaboradores engajados

A agenda de diversidade atinge todos os colaboradores dentro da XP. “A liderança é uma das principais forças motoras do nosso plano de diversidade”, diz Ribeiro.

“E muito porque acreditam de fato que um grupo de pessoas com repertórios e vivências diferentes tem muito a contribuir para a empresa. Ter um time multifuncional construindo uma diversidade de produtos que atenda diferentes demandas é fundamental”, completa.

Os diretores da empresa participam de comitês bimestrais e envolvem-se no desenvolvimento e desenrolar das diferentes iniciativas.

Nos grupos de afinidade interna, formados por colaboradores que debatem por meio de fóruns, reuniões e rodadas de conversas, todos participam das tomadas de decisão envolvendo parcerias e projetos de diversidade.

O Blacks é o coletivo de pessoas negras, o MLHR3, de mulheres, o Seja trabalha pela criação de um ambiente mais seguro, respeitoso e diverso para pessoas LGBTQIA+ e o Incluir, pela inclusão de pessoas com deficiências físicas e por acessibilidade.

Várias iniciativas e parcerias já foram criadas para formação de novos profissionais nas áreas de tecnologia e finanças em parceria com os coletivos. Entre elas, o Programa Vem Transformar, atualmente em sua segunda edição, dessa vez exclusivamente para mulheres autodeclaradas pretas e pardas.

Com inscrições abertas até 16 outubro, a XP Inc. vai contratar 100 profissionais para o desenvolvimento da carreira em assessoria de investimentos da XP.  

Na primeira edição do Vem Transformar, no início do ano, a XP anunciou 450 vagas para pessoas negras em cursos de educação financeira e preparatórios para tirar as certificações necessárias para ser tonar agente autônomo de investimento (AAI).

Os custos foram arcados pela empresa e as pessoas aprovadas estão participando de processos seletivos dos escritórios parceiros da XP.

Outra parceria de destaque é com a escola de programação Trybe pretende, até o final de 2022, formar pelo menos 300 jovens negros e negras com foco em habilidades digitais.

Em um anúncio emocionante durante uma videoconferência, a XP Inc. anunciou a contratação de 151 estudantes presentes na reunião realizada no fim de agosto.

Por meio de um vídeo de Thiago Maffra, CEO da companhia, os alunos aprovados no processo seletivo da empresa receberam a notícia da contratação para diferentes posições em tecnologia na empresa. 

Para além da companhia

O pacto de diversidade da XP não foca apenas em seu ambiente interno. “A gente só consegue a transformação quando vai além dos nossos próprios colaboradores e parte para todo o ecossistema – parceiros, fornecedores e clientes”, explica Ribeiro.

Por isso, o grupo é uma das duas únicas instituições financeiras que até aqui assinaram o Pacto de Promoção da Equidade Racial, criado com objetivo de colocar a desigualdade racial no centro da agenda ESG das empresas brasileiras.

Mas, mesmo tendo a visão sobre todo o mercado como linha mestra desde que o compromisso de diversidade foi firmado, no ano passado um episódio envolvendo um de seus escritórios de agentes autônomos fez com que a empresa intensificasse ainda mais sua atenção com terceiros.

Uma foto publicada nas redes sociais por este parceiro mostrava cerca de cem colaboradores do escritório, exclusivamente brancos, e majoritariamente homens.

“O episódio serviu de alerta”, diz Luiza Ribeiro. “Percebemos que era preciso olhar ainda mais de perto para fora. A partir dali, tornou-se requisito para todo parceiro da XP passar por um letramento para conscientização dos temas de diversidade.”

Além disso, a empresa criou novos programas, como o Vem Transformar, para reforçar tanto a inclusão quanto a conscientização e a representatividade em na sua rede.

“Hoje somos responsáveis por treinar, capacitar, educar, mas também monitorar e cobrar”, explica Ribeiro.

Para Ana K Melo, o caso serviu de combustível para a empresa pensar em como avançar ainda mais nesta agenda.

“A mudança acontece quando há consistência, e ela só vem de exemplos positivos. Criamos um canal de denúncias. Após o episódio, nossa barra para casos de preconceito, exclusão ou discriminação subiu para tolerância zero.”

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