Órigo, de energia solar, recebe aporte de R$ 460 mi e vai chegar ao Ceará

Já presente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco, startup prepara expansão da área de cobertura

Fazenda solar da Órigo, startup de energia solar compartilhada
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Uma das principais empresas a oferecer energia solar compartilhada a consumidores residenciais e comerciais de pequeno porte, a startup Órigo se prepara para expandir sua área de cobertura. Já presente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Pernambuco, em breve a empresa começará a fincar os pés no Ceará.

Para instalar fazendas solares em novos estados e ampliar a base de clientes, a empresa acaba de receber um aporte de US$ 85 milhões (R$ 460 milhões) da gestora americana Augment Infrastructure, com recursos do Fundo de Investimento Dinamarquês para Países em Desenvolvimento (IFU).

“É um aporte significativo num momento em que há desaceleração dos investimentos e o mercado de ações está fechado. Conseguimos atravessar essa turbulência porque nosso modelo de negócios é bem delineado”, diz Surya Mendonça, CEO da Órigo.

Com o aporte, a Augment se torna uma acionista relevante no quadro societário da empresa, que já tem participação do fundo TPG ART, da MOV Investimentos e da Mitsui.

A tese da Órigo é a democratização do acesso à energia solar com duplo impacto positivo: consumo de energia limpa e economia na conta da população.

Atualmente a companhia gera 150 MWp (megawatt pico) e atende 50 mil consumidores e a previsão é chegar ao fim do ano com uma capacidade instalada de 250 MWp e o dobro da clientela.

Até 2024, a startup planeja investir R$ 4 bilhões para atingir uma potência instalada de 1 GWp em suas fazendas solares para atender a mais de 500 mil clientes das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do país.

Hoje, a maioria dos clientes está concentrada em Minas Gerais, Estado que oferece, além de sol abundante, incentivos fiscais para a geração solar compartilhada. A expansão para o Ceará não se dará de forma imediata. O prazo entre a implantação das fazendas solares até a efetiva distribuição de energia costuma ser de dois anos. 

Marco regulatório solar

Recentemente, a empresa – e o setor como um todo – ganhou um novo impulso com o Marco Legal da Micro e Minigeração Distribuída (MMGD), sancionado em janeiro de 2022, que deu previsibilidade jurídica ao negócio e foi fator decisivo para o investimento da Augment na Órigo.

Em uma conta de consumo de energia elétrica comum, o consumidor paga pela energia usada, mas também pelo custo do uso e da manutenção da rede de distribuição de energia.

Com o marco regulatório, consumidores que aderirem à energia elétrica solar até janeiro de 2023 estarão isentos até 2045 do pagamento dos custos relativos à rede de distribuição. A partir de 2023, a tarifa do uso da rede de transmissão começará a aparecer na conta, em taxas que aumentarão gradualmente até 2030.

“O Brasil implementou uma estrutura regulatória robusta que acreditamos que vai promover o crescimento da geração distribuída no país e deixa a Órigo bem posicionada para manter sua liderança no setor”, afirma Viktor Kats, sócio da Augment que agora passa a fazer parte do conselho da Órigo.