Nova rodada para investir em negócios de impacto na Amazônia a partir de R$ 10

Na sétima rodada organizada pela Sitawi — e a terceira de negócios da Amazônia — as selecionadas para receber R$ 1,4 milhão são as cooperativas Coopavam e Cofruta

Nova rodada para investir em negócios de impacto na Amazônia a partir de R$ 10
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Em sua sétima rodada de empréstimos coletivos para negócios de impacto — e a terceira voltada para a conservação da Amazônia — a Sitawi Finanças do Bem fixou o tíquete mínimo em apenas R$ 10. Na rodada de junho, era preciso aplicar ao menos R$ 1000.

A Rodada da Amazônia começa hoje pagando taxa de juro de 9% ao ano e com a meta de levantar R$ 1,4 milhão para apoiar dois negócios: a Coopavam (Cooperativa dos Agricultores do Vale do Amanhecer), que atua no norte do Mato Grosso e precisa de R$ 1 milhão, e a Cofruta (Cooperativa dos Fruticultores de Abaetetuba), do Pará, com R$ 400 mil.

Ambas são negócios mais consolidados do que os últimos oferecidos aos investidores. “O nosso objetivo é criar um portfólio de organizações de impacto que seja complementares, grandes, médias e pequenas, em diferentes áreas de atuação”, diz Leonardo Letelier, CEO da Sitawi.

O primeiro empréstimo coletivo da Sitawi foi feito em 2019 e mobilizou R$ 1,5 milhão. Em 2020, três rodadas somaram R$ 5,6 milhões. Neste ano a ideia é fazer quatro rodadas no total — uma última deve acontecer em novembro.

Para cada captação, a Sitawi analisa cerca de 200 negócios e faz uma avaliação dos empreendimentos tanto do ponto de vista financeiro quanto do impacto socioambiental.

“O nosso papel é atuar como dinamizadora desses negócios que, sozinhos, não conseguiriam acessar um banco e esse volume de investimento. Queremos encurtar o processo, desenvolver mecanismos financeiros, mas também apoiá-los na jornada”, afirma Letelier.

Na prática, além da captação, a Sitawi acompanha os negócios na aplicação da verba, oferecendo suporte técnico ou conectando-os com sua rede de contatos sempre que o negócio precisa de ajuda.

Agricultura familiar

Uma das selecionadas para a captação que começa hoje, a Cofruta, é uma cooperativa agroindustrial fundada há quase 20 anos no município de Abaetetuba, no Pará.

Por meio da agricultura familiar, os cooperados desenvolvem seus produtos a partir de frutos típicos da região amazônica. Eles são vendidos in natura ou na forma de polpa, geleia, suco, xarope, doce e sementes.

Entre seus clientes estão o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), além do varejo tradicional e de marcas de cosméticos, como a Natura.  

A Cofruta pretende destinar os R$ 400 mil para a formação de estoque, com o objetivo de reduzir o tempo entre o fechamento dos contratos, a entrega e o recebimento do pagamento.

O segundo negócio apoiado é a Coopavam, uma cooperativa de castanha criada em 2008 por um grupo de agricultores familiares do município de Juruena, no Mato Grosso.

Além de moradores do Assentamento Vale do Amanhecer, que possui uma reserva legal comunitária, também há cooperados de três aldeias indígenas da região. 

Entre os clientes da cooperativa estão empresas como Natura, Jasmine, Mãe Terra e Carrefour. Com o empréstimo, os cooperados planejam comprar equipamentos e aumentar a produção.

Como investir

A Rodada Amazônica tem taxa de juros de 9% ao ano e o prazo de pagamento de 36 meses, com carência de três meses. Os riscos do investimento são os de inadimplência — algo que não se verificou até agora nas rodadas anteriores — e de o negócio não atingir o impacto esperado.

O investidor recebe o pagamento em parcelas mensais e a plataforma se compromete a disponibilizar informações periódicas sobre o negócio, com relatórios sobre resultados financeiros e de impacto socioambiental.

Para investir nos dois negócios, é preciso fazer um cadastro na plataforma, reservar o investimento de interesse e realizar o pagamento, via boleto ou TED.

A plataforma utilizada é a da Mova, fintech autorizada pelo Banco Central para operar como uma SEP (Sociedade para Empréstimo entre Pessoas), que virou parceira da Sitawi neste ano.

Nas captações anteriores, o tíquete médio de investimento foi de R$ 1.500, bem acima do mínimo permitido agora.