Itaú cria ETF para investir em hidrogênio a partir de R$ 50

Imagem ilustrativa de usina de hidrogênio verde
Imagem ilustrativa de usina de hidrogênio verde
A A
A A

O Itaú está lançando um veículo para investir em hidrogênio, que vem emergindo como um combustível do futuro e uma das soluções mais plausíveis para descarbonizar setores muito intensivos em energia, de aviões a caminhões até a siderurgia. 

A partir de hoje, o banco passa a oferecer um ETF de renda variável internacional batizado de YDRO11, criado para replicar a carteira do S&P Kensho Hydrogen Economy. O tíquete mínimo é de R$ 50. 

O índice, lançado em maio de 2011, é composto por 19 empresas que atuam com produção, armazenamento e transporte de hidrogênio. Desde o lançamento, a valorização é de 125%. 

“Estamos falando de uma tecnologia que ainda representa uma parte pequena do setor de energia global, mas há um arcabouço relevante de investimento sendo direcionado para o desenvolvimento e o barateamento dos processos”, disse Renato Eid, superintendente de ESG da Itaú Asset.

No mês passado, a plataforma Vitreo também lançou um fundo de ações que investe em empresas que atuam na cadeia do hidrogênio.

No ETF do Itaú, a maior fatia (7,8%) está investida na Chart Industries, empresa americana de engenharia voltada para os mercados de energia e gás industrial e que atua com produtos para o suprimento de gás liquefeito, como o hidrogênio.

Outras investidas com destaque são a canadense Ballard Power Systems, que desenvolve células de combustível, e a Lydall, dos Estados Unidos, que fabrica produtos de proteção térmica, que podem ser necessários para o armazenamento e o uso de gases como o hidrogênio. Ao todo são 15 empresas americanas, duas canadenses e duas com sede no Reino Unido. A maior parte, 60%, atua no setor industrial.

Como em todos os casos de tecnologias em estágio inicial, o risco é elevado — assim como a volatilidade. 

Estimativas da Agência Internacional de Energia apontam que, até 2050, o hidrogênio será responsável pela geração de 24% da energia necessária globalmente. O problema atual é escalar o uso do combustível para a aplicação em massa a preços competitivos.

A taxa de administração do YDRO11 é de 0,5% e não há taxa de performance. O produto está sujeito à variação cambial. 

A todo gás 

O fundo de ações da Vitreo, lançado em agosto, começou acompanhando o ETF HDRO, lastreado no índice BlueStar Global Hydrogen & Next Gen Fuel Cell Index.  Mas, além do investimento em fundos de índices, que devem representar até 80% do total, o veículo da Vitreo também pode direcionar 20% para compra de ações diretas de empresas. 

Os custos para os investidores são mais altos que os do Itaú: taxa de administração de 0,9% e taxa de performance de 10% sobre o retorno que exceder o benchmark, que é o índice MSCI All Country World. O tíquete mínimo é de R$ 100. 

Por se tratar de uma tecnologia ainda pouco explorada, algumas empresas figuram tanto na carteira do Itaú quanto da Vitreo. É o caso da Plug Power, uma cleantech fundada no fim da década de 1990 e focada em células de combustível de hidrogênio, protagonista da carteira HDRO e uma das principais da YDRO11, com 6,7% de participação.