Itaú capta US$ 62,5 milhões em green bonds (e vê vantagem de preço)

Foi a primeira emissão de título verde do banco no exterior

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O Itaú Unibanco captou US$ 62,5 milhões, ou cerca de R$ 300 milhões, na sua primeira emissão de green bonds no mercado internacional e diz ter sentido uma vantagem de preço em relação a emissões tradicionais – o chamado “prêmio verde”. 

A captação aconteceu via uma colocação privada, com um investidor europeu com um bolso dedicado a investimentos ESG (o Itaú não abre o nome do comprador).

Com vencimento em três anos, a emissão saiu com juros de 3,7% ao ano. Uma emissão tradicional com vencimento em 2025 negocia hoje no mercado secundário com um yield de 4,30%. 

“Sentimos uma vantagem de preço nessa emissão, e dá para falar que foi uma precificação eficiente para o banco”, afirma Daniel Goretti, diretor de tesouraria. 

Os recursos levantados poderão ser alocados em projetos de energia renovável, eficiência energética, transporte limpo, gestão sustentável de água, prevenção e controle da poluição e edifícios verdes.

A emissão ocorreu embaixo do framework de finanças sustentáveis do banco, que contou com parecer de segunda opinião da consultoria Sustainalytics. 

Em janeiro de 2021, o banco já tinha emitido US$ 500 milhões em sustainable bonds, em que os recursos podem ser voltados para projetos com benefícios ambientais e sociais.

E, há duas semanas, fechou uma emissão de R$ 1 bilhão em letras financeiras verdes junto a International Finance Corporation (IFC), numa operação voltada para financiar veículos de baixo carbono (elétricos, híbridos ou flex). 

A ideia é continuar explorando alternativas de títulos rotulados. 

“É certamente um instrumento que pretendemos usar mais, dados os nossos compromissos de sustentabilidade e o apetite dos investidores”, diz Goretti. 

O banco tem um compromisso de destinar R$ 400 bilhões até 2025 para setores considerados de impacto positivo para o desenvolvimento sustentável.