EB Capital avança na economia circular com aquisição de recicladora de PET

Investimento de R$ 200 milhões na Green PCR é primeiro passo para consolidação de ativos de reciclagem

Lote de plástico compactado para reciclagem
Lote de plástico compactado para reciclagem
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A gestora de private equity EB Capital comprou 60% da Green PCR e, entre aquisição e investimentos, vai desembolsar R$ 200 milhões para a ampliação da operação da recicladora de plástico do tipo PET, aquele usado em garrafas e embalagens rígidas e transparentes.

A aquisição é a primeira do que deve se transformar numa plataforma de consolidação, que tem como objetivo construir a maior recicladora do país, atuando além do PET.

Polietileno (PE) e polipropileno (PP), resinas usadas em tampas e rótulos, contam hoje com um menor percentual de reciclagem em relação a outros plásticos e são um gargalo para empresas de bens de consumo que têm metas de alcançar embalagens 100% recicláveis.

A EB Capital também planeja fazer a aquisição de mais quatro grandes empresas no segmento nos próximos 18 meses.

“Este é o primeiro passo da estruturação de uma plataforma de Economia Circular com foco em reciclagem de plásticos, um setor com alta demanda e oportunidades de negócios, que movimenta por ano cerca de R$ 7 bi”, disse a gestora em suas redes sociais.

A Green PCR foi fundada em 2000, tem sede em Campinas (SP) e possui três unidades de beneficiamento, em Conde (PB), Itobi (SP) e Poços de Caldas (MG). Juntas, elas processam 7 milhões de garrafas PETs diariamente – o que representa 36 mil toneladas de plástico reciclado por ano.

Com um market share de 24%, a empresa teve um faturamento de R$ 200 milhões no ano passado e projeta chegar aos R$ 300 milhões em 2022, fornecendo resina reciclada para as embalagens de Ambev, Coca-Cola, Colgate-Palmolive, Danone e Ypê.

Com o investimento, a recicladora projeta triplicar sua produção nos próximos cinco anos, atingir um faturamento de R$ 600 milhões em 2026 e se tornar a maior plataforma de economia circular multi-polímeros do país. O objetivo final, segundo a EB Capital, é viabilizar um IPO.

Outro fator que pesa na transição da indústria das embalagens para as resinas recicláveis é a Política Nacional de Resíduos Sólidos que obriga as empresas a retirarem do meio ambiente, no mínimo, 22% daquilo que foi produzido de resíduo sólido em seus processos.

“O mercado de reciclagem é muito pequeno se comparado com a alta demanda e as oportunidades desta indústria. Para se ter uma ideia, apenas 7% dos resíduos plásticos são reciclados de maneira correta”, afirma Luciana Antonini Ribeiro, sócia da EB Capital.

Com cerca de R$ 4 bilhões sob gestão, a EB tem como fundadores Eduardo Melzer, Luciana Ribeiro (ambos ex-RBS) e Pedro Parente (ex-Petrobras e ex-BRF).