Confirmada para sediar COP30, Belém enfrenta desafio da logística

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A capital do Estado do Pará, Belém, foi confirmada nesta sexta como cidade sede da COP30, a cúpula do clima da ONU, que ocorrerá em novembro de 2025. 

A notícia foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em vídeo divulgado pelas redes sociais. Segundo ele, a decisão foi tomada no último dia 18.

“Uma coisa importante que convenceu as pessoas a aprovarem o Estado do Pará é que eu dizia que já participei de COP no Egito, já participei de COP em Paris, já participei de COP em Copenhagen e o pessoal só fala da Amazônia”, afirmou Lula. 

“Então eu dizia: por que não fazer a COP num Estado da Amazônia para vocês conhecerem o que é a Amazônia?”, disse o presidente, acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

O evento dura duas semanas e conta com milhares de participantes, entre empresários, políticos, ativistas e acadêmicos, e é de inteira responsabilidade do país-sede. Neste ano, a COP28 acontecerá em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Lula lançou Belém como candidata a sediar a COP30 na edição mais recente do encontro, em novembro passado, ainda como presidente eleito, acolhendo uma proposta do consórcio de governadores da Amazônia Legal, presidida atualmente por Barbalho.  

Realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito, a COP27 contou com mais de 40 mil cadastrados e uma enxurrada de queixas sobre as dificuldades para compra de alimentos e bebidas nos primeiros dias da conferência. 

Rede hoteleira e aeroporto

Com a confirmação de Belém, agora começa a corrida para preparar a logística para o evento, que tem estimativa de receber até 50 mil pessoas.

Em recente conversa com o Reset, o governador Helder Barbalho falou sobre o planejamento da logística hoteleira, aeroportuária e de serviços para receber a COP.

Ele disse que já há conversas com o governo federal para uma agenda de aporte de recursos federais para a realização de obras. 

Na hotelaria, para criar o número de leitos necessários, Barbalho falou em três frentes principais sendo pensadas. Uma delas passa pela renovação (retrofit) da rede existente e também de imóveis particulares que poderiam ser ofertados por meio de plataformas como Airbnb. Para o retrofit de hotéis, o governador defende que haja oferta de financiamento do BNDES. Além disso, segundo ele, o governo já iniciou conversas com bandeiras de redes hoteleiras para tentar ampliar o número de empreendimentos em Belém

A intenção é expandir temporariamente a capacidade da cidade, aproveitando a infraestrutura fluvial. “Estamos dialogando com barcos locais, da nossa cultura de navegação, mas também com operadores nacionais e internacionais de cruzeiros.” 

Barbalho também disse que será preciso antecipar os investimentos no aeroporto de Belém, que acaba de passar à iniciativa privada, para que a capacidade seja ampliada. 

Questionado sobre o risco de toda essa infraestrutura ficar ociosa passado o evento, Barbalho disse que o plano do seu governo é usar esse “legado da COP para o fortalecimento e a consolidação do turismo ecológico” da região.

“Na hora em que trago um evento como a COP para Belém, eu provoco no mundo a ideia de  que Belém é a capital da Amazônia”, disse, completando que uma série de eventos internacionais já têm sido realizados na cidade e que a ideia é ampliar esse calendário.

(Crédito da imagem: Agência Pará)