Como a Sigma produz um lítio ESG ‘made in Brazil’

Com tecnologia que dispensa o uso de barragens, reduz uso de água e não utiliza químicos nocivos, a empresa vai produzir um lítio de maior valor agregado

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Sigma Lithium

Como a Sigma produz um lítio ESG ‘made in Brazil’
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Depois de um período no qual o Brasil teve sua imagem maculada no cenário mundial e passou a ser visto como uma ameaça à preservação do meio ambiente, o país agora busca retomar seu papel de liderança no combate às mudanças climáticas.

Neste contexto, a Sigma Lithium está posicionada para ser um vetor de desenvolvimento de uma economia verde, uma indústria sintonizada com as melhores práticas ESG. 

À primeira vista, pode parecer insólito que atividades ligadas à mineração possam andar de mãos dadas com as preocupações ambientais e sociais.

Mas a Sigma tem conseguido fazer essa combinação trazendo novas tecnologias para o processo produtivo ao mesmo tempo em que dedica um olhar cuidadoso para as comunidades da região onde atua. 

Para transformar o lítio bruto em um produto com alto grau de pureza, insumo essencial para a indústria de baterias elétricas, especialmente de carros, a Sigma desenvolveu um processo de baixa emissão de carbono e impactos ambientais reduzidos. 

A empresa utiliza o método de empilhamento a seco dos rejeitos da mineração, evitando assim a construção de barragens que podem romper, como as de Mariana e Brumadinho.

O processo de produção recicla 100% da água, com uma margem de 90% de eficácia, pois 10% se evapora.

A energia utilizada é de fonte hidrelétrica e a Sigma também dispensa o uso de técnicas de flotagem química, que são poluentes e consomem mais água. 

A flotagem foi substituída pela separação óptica. O beneficiamento do lítio é feito por uma filtragem automatizada. Sensores e lasers identificam os metais e os separam, emitindo pouco carbono e gerando menos resíduos.

Essa técnica resulta em insumo de lítio pré-químico purificado, cujo valor agregado é muito maior do que o lítio bruto por ter um alto grau de pureza.

Enquanto o preço por tonelada do lítio bruto gira em torno de US$ 100, o insumo pré-químico chega a US$ 8000, tornando economicamente viável o frete de US$ 120 dólares por tonelada para a China, onde estão concentradas as fábricas de baterias.

Os resíduos do processo de beneficiamento são, então, empilhados a seco, dispensando o uso de barragens.

As sobras contém 35% de lítio, além dos minerais quartzo e feldspato, e podem ser comercializadas para uso em diversas indústrias. 

O feldspato, por exemplo, é usado como um tipo de fertilizante, e a mistura dele com o quartzo sobre o solo atua como uma “esponja” que absorve as águas da chuva.

Essa propriedade diminui o efeito nocivo de enxurradas, que arrastam os nutrientes do solo e inviabilizam a produção agrícola.

“Com esse modelo, a Sigma Lithium gera escala e uma margem de lucro alta com pouco impacto ambiental”, diz Ana Cabral, CEO da empresa.  

Para compensar a supressão vegetal que foi necessária para a instalação da fábrica, a empresa está plantando mais de 6 mil mudas de árvores em Áreas de Compensação e também doou mais de 100 hectares de vegetação de grande porte no mesmo bioma em Unidade de Conservação Federal. 

E para minimizar o impacto social da sua operação, a Sigma também abriu mão de cerca de 30% dos direitos das reservas minerais para não deslocar as famílias ribeirinhas nem alterar o curso do Rio Piauí. O lítio virá de duas cavas transversais ao curso da água. 

Impacto social

As operações da Sigma Lithium acontecem nos municípios mineiros de Itinga e Araçuaí, locais de fácil acesso ao Porto de Ilhéus (BA), por onde será escoada a produção.

As cidades estão localizadas no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do país. Seu IDH é de 0,66, ante a uma média nacional de 0,76. Quanto mais perto de 1, mais alto o nível de desenvolvimento humano.

Cabral explica que a primeira forma de impacto social positivo trazida pela empresa é a geração de empregos numa região onde as oportunidades de trabalho são escassas. São mil vagas diretas, 70% delas destinadas a moradores da região. 

Quando se coloca na conta a geração indireta de empregos, a projeção é de chegar a 13 mil novos postos. 

A projeção da Sigma é que o PIB local mais do que dobre após o início de suas atividades, que está previsto para acontecer já em abril. 

O pagamento dos royalties da exploração é feito em cima da receita bruta da companhia – e o insumo pré-químico de lítio produzido pela Sigma tem um valor estimado de até US$ 8 mil a tonelada, enquanto o lítio bruto chega a, no máximo, US$ 100.

Com isso, a empresa projeta que o PIB de Araçuaí cresça 47% e chegue a R$ 497 milhões já no primeiro ano de operação. Em Itinga, o ganho esperado é mais robusto: um aumento de 135% do PIB, que deve atingir R$ 278 milhões.

Além da geração de mais renda e emprego como consequência direta da indústria, a empresa desenhou diversas ações sociais para melhorar a qualidade de vida da população local.

Dentre eles estão a criação de uma linha de microcrédito para mulheres empreendedoras em parceria com o grupo Mulheres do Brasil, e programas de capacitação e fornecimento de materiais para acesso a água potável. 

Ao explicar a transformação que se dá na região, Cabral recorre a uma frase de Lênin: “há décadas em que nada acontece, mas há semanas em que décadas acontecem”. 

“Começamos o projeto da empresa há seis anos, e já temos promovido mudanças. A partir do momento em que nos tornarmos operacionais, o crescimento será muito acelerado”, aposta.

Sobre a marca:

A Sigma tem como missão apoiar um futuro de energia sustentável. Como um dos maiores produtores mundiais de lítio ambientalmente sustentável, capacitamos o crescimento indústria de veículos elétricos.


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